“A Colômbia é um dos campos de batalha mais críticos para os defensores do meio ambiente, onde a luta para proteger a biodiversidade e os territórios naturais encontra forte resistência e grave perigo. O país tem a trágica distinção de ser o lugar mais mortal para ativistas ambientais em todo o mundo, com 79 defensores assassinados somente em 2023, representando cerca de 40% dos assassinatos globais nessa categoria. Esses defensores enfrentam ameaças não apenas de grupos armados e do crime organizado, mas também de interesses ligados a setores extrativistas, como mineração, exploração madeireira e agronegócio, que alimentam conflitos contínuos por terra e recursos. A violência contra eles vai além dos ataques físicos e inclui intimidação, criminalização, deslocamento forçado e vigilância, todos com o objetivo de suprimir seus esforços para proteger o meio ambiente e defender a justiça social. Apesar desses riscos extremos, os defensores ambientais colombianos continuam a desempenhar um papel vital na promoção da construção da paz e do desenvolvimento sustentável. Seu trabalho revela as profundas conexões entre a proteção ambiental, os direitos humanos e a busca pela paz, especialmente em um país que ainda luta com os legados do conflito armado e da desigualdade. Os esforços recentes do governo, inclusive a eleição de ativistas ambientais para cargos políticos de destaque e os compromissos assumidos em fóruns internacionais como a COP16, sinalizam o progresso no reconhecimento e no apoio a esses defensores. No entanto, persistem desafios sistêmicos, como o apoio contínuo a modelos econômicos extrativistas e práticas prejudiciais, como a fumigação aérea de coca com glifosato, que ameaçam tanto os ecossistemas quanto as comunidades. A rica biodiversidade da Colômbia, que abrange desde a Amazônia até os Andes e o litoral, está sob ameaça sem precedentes devido ao desmatamento, às mudanças climáticas e às pressões econômicas. Nesse contexto, vozes ambientais de diversas comunidades - incluindo povos indígenas, grupos afrodescendentes e agricultores rurais - estão liderando ações inovadoras para enfrentar essas crises. Eles defendem políticas que equilibram a saúde ecológica com a equidade social, com o objetivo de proteger a cultura, os meios de subsistência e a integridade dos ecossistemas. Sua resistência, resiliência e liderança continuam a destacar a Colômbia como uma arena central onde a justiça ambiental, a paz e os direitos humanos se cruzam com os desafios ambientais globais. A coragem e o impacto desses defensores nos lembram que é impossível proteger a natureza na Colômbia sem proteger aqueles que a defendem.”